São tempos sufocantes, onde a criação é baseada no endossamento do dinheiro público. Como contestar o poder? o algoz? o explorador? como trocar o direcionamento da lupa? se devemos o pão, o circo e o vinho ao punho controlador do governo.
  Por esse faroeste desbotado cheio de burocratas da cultura oriundos de uma classe econômica recalcada por ter ascendido de operário a “artista”, seguimos desperdiçando tudo. Não nos damos conta da abundância de tudo que temos num estado cheio de códigos e riquezas. Bastam bater nas mesmas teclas, reclamar dos mesmos coronéis, lutar por causas insolúveis ou das quais não temos condições de opinar com embasamento.
  Numa grande homenagem ao estado do Mato Grosso do Sul eu faria a seguinte disposição de elementos: A preguiça, o desperdício, a posse, o orgulho, a assimetria, o desencaixe. O estado que as grandes obras desaparecem antes de seus criadores (vide auto cine). Se fôssemos uma raça de cães seríamos vira latas, é claro. Mas não assumiríamos em nossa arte, tentando pintar labradores cubistas.
Seguimos sem notar que SRDs é um dos cães mais agradáveis e inteligentes. Preferimos comprar roupinhas rasgadas e dizer que viemos de uma luta, que é travada diariamente por telefone em escritórios mal ventilados.
O lema aqui é o mato tá alto pra carpir e baixo demais pra roça. 
Agora vai esquecer o cú do Mato. (ops Sul).
Não precisamos de mais cinemas, teatros, centros culturais ou museus. Os poucos que temos andam vazios. Temos que estar nas ruas com a Maracangalha, com os grupos de dança, com as intervenções desconstruídas, com os blocos carnavalescos. Temos que tomar a cidade! Ela não é de prefeitos, vereadores ou de artistas de perfumaria. A arte pode estar no céu, mas ela precisa ser sentida por quem esta caído na rua.